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Principais Erros em Orçamentos de Obras e Como Evitá-los

Escrito por: Me. Wanderson de Andrade Simplicio


Evite prejuízos na construção civil conhecendo os principais erros em orçamentos de obras e saiba como preveni-los com práticas eficazes. Elaborar um orçamento preciso é essencial para o sucesso de qualquer obra na construção civil. Erros nessa etapa podem resultar em atrasos, custos adicionais e insatisfação do cliente. Neste artigo, abordaremos os erros mais comuns em orçamentos de obras e forneceremos orientações práticas e simples para evitá-los.


  1. Falta de Análise Detalhada do Projeto e do Memorial Descritivo


Muitos profissionais iniciam a orçamentação apenas com base nas plantas básicas, sem estudar a fundo os detalhes do projeto executivo e o memorial descritivo. Isso pode levar à exclusão de itens importantes ou à especificação incorreta de materiais e serviços.

Como evitar: Antes de iniciar qualquer planilha de custos, analise cuidadosamente todos os documentos do projeto: plantas, cortes, fachadas, detalhes técnicos e, principalmente, o memorial descritivo. É nele que constam os materiais exigidos, padrões de acabamento, normas técnicas e demais especificações que impactam diretamente o orçamento.


  1. Não Realizar Visita Técnica


A ausência de uma visita técnica ao local da obra pode levar a estimativas imprecisas. Sem conhecer as condições reais do terreno, acessos e outras particularidades, é difícil prever custos adicionais que podem surgir durante a execução do projeto.

Como evitar: Sempre realize uma visita técnica antes de elaborar o orçamento. Observe detalhes como topografia, infraestrutura existente e possíveis obstáculos que possam impactar o custo e o cronograma da obra.


  1. Ignorar Custos Indiretos e Impostos


Focar apenas nos custos diretos, como materiais e mão de obra, e esquecer dos custos indiretos e impostos é um erro comum. Despesas com administração, licenças, seguros e tributos podem representar uma parcela significativa do orçamento total.

Como evitar: Inclua no orçamento todos os custos indiretos e impostos aplicáveis. Utilize o BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) para calcular de forma adequada esses valores e garantir que o orçamento reflita todos os gastos envolvidos.


  1. Utilizar Composições de Custo Genéricas


Adotar composições de custo padrão, sem considerar as especificidades do projeto, pode resultar em estimativas inadequadas. Cada obra possui características únicas que influenciam nos custos.

Como evitar: Desenvolva composições de custo personalizadas para o projeto em questão. Leve em conta fatores como localização, tipo de construção, materiais específicos e técnicas construtivas utilizadas.


  1. Não Atualizar Preços de Insumos


Trabalhar com preços desatualizados de materiais e serviços pode comprometer a precisão do orçamento. O mercado da construção civil é dinâmico, e os preços podem variar significativamente em curtos períodos.

Como evitar: Pesquise e atualize os preços dos insumos regularmente. Consulte fornecedores locais e utilize bases de dados confiáveis para obter informações atualizadas sobre os custos.


  1. Desconsiderar Margem de Contingência


Imprevistos são comuns em obras, e não prever uma margem de contingência no orçamento pode levar a estouros financeiros.

Como evitar: Inclua uma margem de contingência no orçamento, geralmente entre 5% e 10% do valor total, para cobrir possíveis imprevistos e garantir a viabilidade financeira do projeto.


  1. Não considerar variações regionais de preços


Os preços de materiais e serviços variam de acordo com a região do país. Orçamentos baseados em médias nacionais podem distorcer os custos reais.

Como evitar: Use bases de dados regionais atualizadas, como SINAPI e CUB localizados, e consulte fornecedores e prestadores de serviço da região da obra.


  1. Subestimar prazos de execução


Erros na estimativa de tempo levam a custos adicionais com mão de obra, locação de equipamentos e até penalidades contratuais.

Como evitar: Consulte cronogramas de obras similares, faça análise de produtividade e envolva profissionais experientes na estimativa de duração das etapas.


  1. Não prever logística e transporte de materiais


Muitos orçamentos negligenciam custos com frete, içamentos, armazenamento e perdas por deslocamento de insumos.

Como evitar: Inclua custos logísticos no orçamento, principalmente quando há transporte de materiais pesados, longas distâncias ou locais de difícil acesso.


  1. Não considerar perdas e desperdícios


Desconsiderar perdas inevitáveis de materiais (como quebra de pisos, sobras de cortes, erros de execução) compromete a acurácia do orçamento.

Como evitar: Adicione índices de perdas técnicas conforme o tipo de material (ex: 5% para pisos cerâmicos, 10% para blocos). Consulte tabelas de perdas da ABNT ou do TCPO.


  1. Orçar sem definir claramente o escopo da obra


Quando o escopo não está claro, surgem interpretações diferentes do que deve ou não ser executado, o que gera aditivos e conflitos contratuais.

Como evitar: Garanta que o escopo esteja bem definido e documentado (projetos, memoriais, especificações), e alinhe com o cliente antes da orçamentação.



  1. Não revisar o orçamento antes da entrega


Erros de digitação, fórmulas incorretas em planilhas, itens faltando ou duplicados podem comprometer todo o orçamento.

Como evitar: Faça uma revisão minuciosa antes de entregar o orçamento. Utilize checklists e, se possível, peça para outro profissional revisar com um olhar técnico.


  1. Ausência de um Sistema de Orçamentação Adequado


Utilizar planilhas genéricas ou métodos manuais para orçar uma obra pode gerar erros de cálculo, falta de padronização, dificuldades para atualizar preços e retrabalhos. Além disso, esse tipo de abordagem dificulta a integração com outras áreas do projeto, como o cronograma ou o controle financeiro.

Como evitar: Adote um sistema próprio e específico para elaboração de orçamentos. Softwares como Volare, OrçaFascio, UAU, QiBuilder, Sipom, Sienge, entre outros, permitem maior precisão, integração com bancos de dados oficiais (como SINAPI e TCPO), agilidade na criação de composições e geração automática de relatórios. Investir em tecnologia é investir na saúde financeira da obra.


  1. Falta de Mão de Obra Especializada


Delegar a elaboração do orçamento a profissionais sem a formação ou experiência necessária é um risco. O orçamento exige não apenas domínio técnico da construção, mas também conhecimento de composição de custos, indicadores econômicos e normas atualizadas. Um erro aqui pode custar caro durante a execução da obra.

Como evitar: Invista na capacitação da equipe. Tenha orçamentistas capacitados com experiência específica em planejamento e orçamento de obras. Existem cursos técnicos, treinamentos com foco em tabelas de referências como SINAPI, TCPO, detalhamento de BDI e softwares de orçamentação que ajudam a formar profissionais capazes de elaborar orçamentos precisos, seguros e estratégicos.


Assim, um orçamento confiável exige tempo, conhecimento técnico, atenção aos detalhes e ferramentas adequadas. Evitar esses erros é o primeiro passo para garantir lucratividade, transparência com o cliente e sucesso na execução da obra.


 
 
 

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